"Jovens entre 20 e 29 anos estão sendo vacinados pelo país"
Foto: Agência de Notícias do Paraná
Após o avanço da aplicação da vacina contra a covid-19 em todo o país, houve uma queda no número de casos e óbitos. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o fim de julho mais de 96 milhões de brasileiros já tinham tomado a primeira dose da vacina. Nesse mesmo mês, o país registrou uma queda de 40% no número de casos e de óbitos.
Em Juiz de Fora, a situação não é diferente. De acordo com os dados da Prefeitura de Juiz de Fora, Juiz de Fora contabilizou 647 novos casos e 9 vidas perdidas entre os dias 8 e 14 de agosto. Os dados representam reduções de 1,2% no número de casos confirmados e de 52,6% no número de mortes causadas pelo coronavírus em relação à semana epidemiológica anterior, considerada entre os dias 1º e 7 de agosto.
Segundo o pesquisador Marcel Vieira, da Plataforma JF Salvando Todos, da UFJF, mesmo com essa redução nos números, o nível de transmissão da doença ainda permanece elevado.
“Não é apenas em Juiz de Fora que isso está acontecendo. No Brasil como um todo, ainda há grande circulação do vírus e o nível de transmissão está elevado. Isso não é uma surpresa, uma vez que a cobertura vacinal com duas doses ainda é baixa e a adesão ao isolamento social vem reduzindo ao longo do tempo”.
Os parâmetros de classificação seguem os critérios do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos nos Estados Unidos. O órgão classifica o nível de transmissão como alto quando há registro de cem ou mais casos a cada cem mil habitantes; para evoluir para a classificação de risco substancial, é preciso registrar entre 50 e 99,99 casos por cem mil habitantes.
Com isso, o pesquisador alerta sobre o processo de flexibilização, que tem acontecido em Juiz de Fora e demais municípios após a redução nos números de casos e óbitos.
“Em um momento em que a circulação do vírus e o nível de transmissão são elevados, e com a cobertura vacinal com duas doses ainda baixas, medidas com maiores flexibilizações seriam muito arriscadas e poderiam levar a impactos nas taxas de ocupação de leitos e no número de vidas perdidas. Além disso, sabe-se que níveis de transmissão elevados favorecem o surgimento de novas variantes do novo coronavírus”.
É o caso da variante delta, que já foi identificada em vários estados do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e em Minas Gerais. A Delta uma segunda onda mortal de infecções na Índia neste ano e também se tornou a variante dominante no Reino Unido, onde 90% dos casos atuais são desta nova cepa. Os sintomas são semelhantes com o da covid-19, como dores de cabeça, coriza e febre.
Um fator positivo no combate da covid-19 em Juiz de Fora é o alta cobertura vacinal, que chega a ser superior a nacional. Segundo dados da Plataforma JF Salvando Todos, os pesquisadores consideram que 64,1% da população receberam a primeira dose e 31,5% receberam as duas doses ou a vacina de dose única. Em comparação com o Brasil, esses percentuais são, respectivamente, 55,7% e 24,4%, o que indica que a cobertura vacinal em Juiz de Fora é superior à nacional.
Essa semana, após a falta da vacina AstraZeneca, para aplicação de segundas doses, o município retomou o processo. Segundo a Prefeitura de Juiz de Fora, cerca de 18 mil pessoas não tomaram a segunda a dose e assim, não obtiveram ainda a imunização completa.
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