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Maísa Stutz e Jéssica Ribeiro

O crescimento da liderança feminina entre os jovens

Número de mulheres que ocupam os grupos oferecidos pela universidade é maior, assim como o número das lideranças femininas nestes


Por Jéssica Ribeiro e Maísa Stutz


Imagem: Freepik.com


A diversidade tem sido pauta na sociedade hoje em dia, cada vez mais se busca levar a representatividade para dentro de todos os tipos de mercado, buscando alcançar o maior número possível de pessoas. Dentre os temas levantados, está o da igualdade de gênero, a muito tempo as mulheres têm sido retratadas como frágeis, delicadas e menos capazes do que os homens, o que não é verdade.


Mulheres são fortes, independentes, dedicadas e tão capazes quanto os homens.

Buscando mudar o cenário que a muito lhes foi pautado, as mulheres têm cada vez mais lutado por direitos igualitários e pelo seu lugar dentro da comunidade. De acordo com pesquisas do IBGE, embora tenha aumentado nos últimos tempos, menos de 40% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres. Além disso, apenas 3% das mulheres brasileiras têm função de liderança.


Diante do tamanho da população do país, esses números representam uma baixíssima quantidade, que vem em contraposição a outros dados demográficos que trazem a maioria da população como sendo de mulheres e que estas representam a maior parte das pessoas com ensino superior completo. Então como explicar que elas ainda sejam minoria das lideranças?


Embora a sociedade esteja evoluindo e desconstruindo valores antigos como o machismo, por exemplo, este ainda tem forte presença no meio social e afasta as mulheres de alcançarem o topo inferiorizando seu trabalho, além das outras diversas funções que uma mulher precisa desempenhar e que podem contribuir para afastá-las da vida profissional.


Porém, apesar de todas as dificuldades as mulheres persistem em ir de encontro aos desafios e ocuparem os cargos de chefia. São diversos os exemplos de mulheres no poder atualmente, que vão desde de a pequenas empreendedoras, donas de seus próprios negócios, a CEOs de marcas de renome mundial e líderes de nações, que servem como exemplos para jovens que assim como elas são ou querem ser líderes um dia.


Tivemos a oportunidade de conversar com duas jovens mulheres que desempenham suas funções em diferentes áreas e contextos para saber como é a realidade feminina nesses locais.


Mulheres no mundo acadêmico


A Elizabetta Mazocoli é bolsista no PET (Programa de Educação Tutorial) da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora, e conta que dentro do meio acadêmico em que trabalha quando se trata de pesquisas ligadas ao feminismo e espaço das mulheres elas são alocadas como uma subcategoria e vistas como um ativismo. Além disso, ela nota que o lugar das mulheres como pesquisadoras e suas decisões são muito questionadas, e que elas também estão mais suscetíveis a serem silenciadas, mas ela coloca que: “tem exemplos que estão mudando isso, e que dentro da universidade mesmo provam o contrário e que deixam as mulheres mais confortáveis nesse meio.”


Elizabetta também conta que no PET eles fazem eventos que buscam fazer com que esse ambiente tenha mais igualdade. “Então tem várias medidas que a gente tenta fazer pra ser mais inclusivo e pra realmente fazer o grupo representar [...] e não ficar uma coisa restrita e que isso se reflita na pesquisa, pra gente pensar que a pesquisa vai ser feita só por um grupinho que todo mundo é igual, todo mundo pensa da mesma maneira e tem os mesmo interesses, acaba que a pesquisa também é empobrecida.”


Com isso podemos ver que, apesar das dificuldades, as mulheres estão buscando seu espaço no meio acadêmico e também que é importante ter ajuda e o incentivo das organizações e grupos para que dentro deles exista mais oportunidade, não só para mulheres, mas também para diversos outros grupos e que estes possam alcançar lugares de destaques e terem suas ideias respeitadas.


Mulheres no mundo empresarial


Já em um contexto de empreendedorismo universitário tivemos a oportunidade de conversar com a Pétrina Reis. Graduanda em Engenharia Civil na Universidade Federal de Juiz de Fora ela está ocupando atualmente o cargo de Diretora de Projetos na Porte Empresa Júnior - uma empresa sem fins lucrativos formada por estudantes os quais executam projetos da área de Engenharia Civil, Elétrica e de Arquitetura e Urbanismo para micro e pequenos empreendedores.


Pétrina conta que dentro da área de atuação da empresa júnior escutou muitos comentários machistas de forma velada. Um exemplo foi um comentário de uma cliente que havia contratado a empresa para executar o projeto de usucapião: “achei que viriam homens tirar a medida para executar o projeto”. Tal fala reforça o estereótipo da Engenharia ser um curso de perfil masculino no qual as mulheres não se encaixam de acordo com a sociedade.


Contudo, apesar de ainda haver muitos questionamentos sobre a capacidade feminina de poder executar e liderar um time, Pétrina pontua que nos últimos anos de sua empresa júnior conseguiu ver uma mudança significativa. Atualmente na diretoria executiva da Porte de cinco cargos de liderança, três deles são ocupados por mulheres. Mas isso somente foi possível pois houveram outras mulheres na história da empresa que batalharam para conseguir um espaço de fala e de destaque, diz ela.


Dessa forma, a empresária júnior vê que mesmo com uma evolução constante o movimento de ocupação feminina não pode parar, porque as mulheres precisam se apropriar de lugares de visibilidade para que as outras mulheres consigam se identificar e se sintam confortáveis em participar. Dessa forma, Pétrina vê a sua liderança como uma forma de deixar um legado para as próximas mulheres que irão entrar na empresa júnior.


“Quero muito deixar de legado que mulheres pretas podem ocupar cargos de alto escalão dentro de empresas. Que as próximas pessoas que entrarem na universidade e tiverem a oportunidade de entrar na empresa júnior saibam que elas têm a capacidade de ocupar esse espaço e conseguir se desenvolver como me desenvolvi.”

Reafirmamos assim, que as mulheres podem e devem ocupar o lugar que almejam, na área que almejam, e o quanto é necessário que continuem a batalhar por seus direitos, alcançando seus sonhos e fazendo a diferença. Inspirando, assim, outras a fazerem o mesmo.


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