Muito se fala sobre o “novo normal” e novos hábitos adquiridos durante o período de isolamento social, sobretudo a realização de esportes e exercícios físicos, que proporcionam o bem estar do indivíduo e evitam o sedentarismo. No entanto, tais práticas devem ser realizadas de forma segura para obter resultados positivos e manter o equilíbrio físico e emocional.
Com o risco iminente de uma segunda onda do vírus no país, muito têm se discutido sobre o retorno de treinos e campeonatos de grandes atletas e times brasileiros. Não há consenso quanto ao assunto, visto que mesmo seguindo protocolos, já houveram competidores de diversas modalidades esportivas que testaram positivo para o Covid-19; por outro lado, o entretenimento criado pelos campeonatos permite uma maior concentração de pessoas em casa assistindo aos esportes.
Para a adaptação de exercícios físicos dentro de casa, o Ministério da Saúde disponibiliza online um roteiro, auxiliando em sua execução de acordo com a faixa etária do praticante. Por meio do canal da Secretaria Especial do Esporte no YouTube, o Ministério da Cidadania lançou uma série de vídeos de incentivo às práticas de exercícios físicos em casa a partir de uma parceria com profissionais da área que compartilham suas experiências. Em caso de sistemas do vírus, Paula Sandreschi, da Coordenação-Geral de Promoção da Atividade Física e Ações Intersetoriais do Ministério da Saúde, orienta que as atividades físicas sejam suspensas imediatamente e retomadas após a realização de exames e início do tratamento, respeitando os limites do corpo e mantendo-se hidratado.
O estudante de jornalismo, Raí de Castro, mantinha uma rotina de exercícios na academia e por conta da pandemia, teve que parar de frequentar e apostou em corridas ao ar livre. Com a reabertura, em agosto, Raí retomou as atividades e incluiu o crossfit em sua rotina: "os benefícios são inúmeros, a disposição e a saúde mental são totalmente outras quando se faz exercício físico, a gente fica menos estressado e se sente mais feliz”. O estudante ainda afirma que o investimento na nova modalidade esportiva também surtiu efeito no âmbito social, criando novas amizades durante os treinos e tornando o ambiente mais descontraído.
Efeito reverso
Em uma pesquisa desenvolvida entre a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Ceará (UFCE) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a prática de exercícios sem orientação profissional pode ser realizada de forma incorreta e trazer malefícios para a saúde e bem estar físico e emocional do praticante. Os dados foram coletados pela internet com respostas de 592 pessoas de todas as regiões do país, maiores de 18 anos, que permaneceram em isolamento por pelo menos uma semana. Com base nos resultados da pesquisa, foi possível observar que nas condições de quarentena, o aumento de exercícios fez mal para a mente dos entrevistados, no entanto, as pessoas que eram sedentárias e passaram a se exercitar de forma leve, apresentaram resultados positivos quanto a mudança de hábitos. Isso acontece porque houve uma mudança brusca na rotina, que afeta o emocional de maneira significativa e da falta de um acompanhamento profissional, que pode ocasionar em lesões e dores durante o processo.
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