Segundo entidades como Netblocks, Acess Now e Kentik.ink, a atividade na Internet na ilha zerou.
manifestações contra o governo do presidente cubano Díaz-Canel ocorrem também fora de Cuba, na foto vê-se manifestantes em Little Havana, em Miami.
Cuba suspendeu o acesso à Internet na segunda-feira, 12. A medida teria sido tomada pelo governo visando conter o avanço das manifestações populares contra as autoridades locais.
Especialistas apontam que essa é a maior manifestação popular no país desde a Revolução Cubana ocorrida no ano de 1959 que culminou na queda do ditador Fulgencio Batista. Também é consenso que esse grande movimento da sociedade cubana só foi possível graças a plataformas digitais como o Youtube e redes sociais como Facebook e Whatsapp. Foi através desses meios que as pessoas se comunicaram, trocaram ideais e a insatisfação geral se alastrou resultando em protestos em cerca de 20 vilarejos e cidades cubanas, incluindo a capital Havana. Vale ressaltar que a Internet móvel está disponível para a população geral cubana apenas desde 2018.
Além da queda planejada do sinal de internet no país, também houve cortes nos acessos às linhas telefônicas e, como aponta a Associated Press, cortes no fornecimento de energia elétrica em algumas cidades.
Foi através de VPNs, ferramenta que simula o acesso à Internet a partir de outra parte do mundo, que pessoas como artistas, ativistas e organizações antigoverno conseguiram driblar o bloqueio para denunciar essa atual medida do governo.
A motivação que despertou insatisfação do povo é a pior crise econômica vivida pela país nos últimos 30 anos. Um dos motivos para o país estar afundado nessa crise é a pandemia de COVID-19 que afetou drasticamente uma das principais áreas que mantém a economia de Cuba, o turismo. Todo esse cenário fez a população se revoltar com o regime autoritário vigente há décadas na ilha. Algumas das pautas do movimento popular são a ausência da plena liberdade de expressão e a escassez de alimentos e remédios.
Miguel Díaz-Canel assumiu a presidência de Cuba no dia 18 de abril de 2018, sucedendo Raúl Castro.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, alega que o embargo econômico estadunidense é o responsável pela situação atual da nação. E mais, acusa que os manifestantes que foram às ruas são financiados pelos Estados Unidos, além de convocar militantes do Partido Comunista a enfrentá-los: “Não vamos admitir que nenhum contrarrevolucionário, mercenário, vendido ao governo dos EUA, recebendo dinheiro das agências, provoque desestabilização em nosso povo”, afirmou o presidente. E também disse que “se as pessoas ouvirem esses youtubers, estarão apoiando uma mudança de regime que trará um sistema que não terá preocupação com o bem-estar da população”. O próprio presidente foi às ruas acompanhado de apoiadores para se apor às manifestação antigoverno. Sua caminhada pelas ruas cubanas foi por gritos de "Viva Cuba" e Viva Fidel".
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