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José Victor Almeida dos Santos

As medalhas brasileiras nas Olímpiadas de Tóquio até o momento (28/07/2021).

Updated: Sep 14, 2021

Confira abaixo um resumo de quais são e como foram conquistadas as medalhas brasileiras no maior evento esportivo do mundo.



As Olimpíadas de Tóquio 2020 está chegando ao fim de sua primeira semana. Tendo seu começo oficial no dia 23 de julho de 2021, basicamente um ano após a data de começo original da competição (que foi adiada por conta da pandemia de COVID-19), Tóquio 2020 está conquistando cada dia mais o interesse do público brasileiro, que está tendo que enfrentar o frio das madrugadas de inverno em nosso país para comtemplar seus atletas. Apesar do "horário trocado" pelo fato do evento estar acontecendo do outro lado do mundo, as redes sociais estão bombando com os acontecimentos nas competições e principalmente com as conquistas do Time Brasil.


Aqui você confere um resumo de como foram as conquistas de todas as cinco medalhas, incluindo uma de ouro, que foram obtidas até agora.


Como dito, o Brasil até o momento, possui cinco medalhas. Entre elas temos: uma de ouro, duas de prata e duas de bronze. Esse resultado coloca o Brasil na 20° posição do quadro de medalhas geral, ficando atrás de países como Taiwan, Romênia e Suíça, porém a frente de outros como Nova Zelândia, Geórgia e Sérvia.


Os medalhistas brasileiros até o momento são: Kelvin Hoefler (prata no Skate, modalidade Street masculino), Daniel Cargnin (bronze no judô categoria peso-meio-leve, até 66 Kg), Rayssa Leal (prata no Skate modalidade Steet feminino), Ítalo Ferreira (ouro no Surf masculino) e Fernando Scheffer (bronze na natação modalidade 200m livre masculino).


Veja abaixo um resumo de como foi cada conquista brasileira.



Kelvin Hoefler - Skate (Prata).



Kelvin Hoefler, guarujaense de 27 anos, conquistou a primeira medalha do Brasil em Tóquio 2020 na estreia da modalidade no programa olímpico. O feito aconteceu na madrugada de sábado para domingo, 25. O Skate Street era uma modalidade que possuía bastante expectativa em relação a obtenção de medalhas, e Kelvin não decepcionou.


O skatista brasileiro dominou a primeira metade da grande final, a etapa de voltas no circuito, porém, viu o ouro escapar para o japonês Yuto Horigomi na segunda metade, a etapa dos truques individuais. A conquista da primeira posição por parte do skatista japonês aconteceu apenas na penúltima manobra, quando o japonês encaixou um 360° e um slide com nose que resultou em uma nota 9,50.


Kelvin Hoefler, após dois erros consecutivos, na segunda e na terceira manobras únicas, chegou a cair para a quarta posição. Porém, com belíssimos quarto e, principalmente, quinto truques, último truque que lhe rendeu uma nota de 9,34, o representante do Brasil retornou ao pódio, mas especificamente ficando na segunda posição.


Para conquistar essa prata, o brasileiro ainda contou com dois erros consecutivos do jovem promissor Jagger Eaton, do Estados Unidos, que, com isso, caiu da primeira para a terceira colocação na reta final. Além disso, o brasileiro ainda teve a difícil missão de superar uma lenda do Skate, o também estadunidense, Nyjah Huston, que é o atleta mais bem sucedido da história da modalidade. Huston, por sua vez, não teve uma ótima campanha e amargou um decepcionante sétimo lugar.


Uma curiosidade em relação à participação do brasileiro nas Olimpíadas foi o fato de Kelvin, durante suas performances, estar sempre usando fones de ouvido sem fio. Entretanto, descobriu-se em uma entrevista com o atleta que os fones não estavam de fato tocando uma música ou algo do tipo, mas eram apenas para afastar qualquer pessoa que tentasse falar com ele durante a competição para que ele não perdesse o foco.


A participação do brasileiro em Tóquio não foi apenas flores, pois, após sua conquista, uma intriga estourou na mídia e nas redes sociais quando Letícia Bufoni, também skatista olímpica brasileira, que no dia seguinte representou o Brasil no Skate Street feminino, postou stories dizendo que não comemorou tanto a conquista de Kelvin Hoefler pois o atleta, segundo ela, por vontade própria era afastado do restante da equipe nacional de Skate e que por isso não eram amigos. Ela também revelou uma instabilidade no relacionamento entre o skatista medalhista olímpico e a Confederação Brasileira de Skate, CBSk.


A história foi ganhando cada vez mais força quando outros personagens foram comentando a situação, como o famoso skatista brasileiro Bob Burnquist, comentarista da Rede Globo e ex-presidente da CBSk, que partiu em defesa do Órgão, e os pais de Kelvin, que partiram em defesa de seu filho e em ataque à CBSk, pedindo respeito para com o filho deles.


Porém, toda a polêmica foi de certa forma esquivada pelo skatista Kelvin que não deixou a confusão tirá-lo o ânimo pela tão importante conquista para ele e para o Skate nacional.



Daniel Cargnin - Judô (Bronze).



O judô é a modalidade que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil na história. A conquista do bronze por Daniel Cargnin na categoria peso-meio-leve, até 66 Kg, foi a 23° medalha do Brasil no esporte em Olimpíadas. E a obtenção dela também foi no domingo, porém, mais pela manhã. O gaúcho de 23 anos se sagrou medalhista após ganhar do israelense Baruch Shmailov.


Daniel caiu para a disputa de terceiro lugar após perder a semifinal para o japonês e favorito da competição Hifumi Abe, que, posteriormente, de fato se sagrou campeão.


Na disputa pelo bronze, Daniel Cargnin teve problema para conseguir encontrar a pegada ideal e encaixar o golpe em seu adversário. O israelense, por sua vez, parecia optar por fugir da luta, tanto que Shmailov recebeu uma punição por falta de combatividade. Porém, na sequência, a luta melhorou para o brasileiro e ele obteve um wazari, golpe que vale 100 pontos e é caracterizado por quando o atleta derruba seu adversário em um golpe quase perfeito e este cai de costas no tatame.


Conforme o tempo foi passando, o judoca brasileiro utilizou de sua experiência para manter o resultado e o ritmo da luta ao seu favor. Podemos dizer que, usando um termo "futebolístico", o brasileiro "fez cera" e chegou a receber também uma punição por falta de combatividade.


Na entrevista pós conquista, o judoca do Brasil dedicou a vitória a sua mãe, além de agradecer à confiança de sua treinadora, a japonesa Yuko Fujii, e revelou que para se acalmar pré-luta se apegou ao fato de já ter vencido Baruch Shmailov no último confronto entre os dois.


Vale lembrar que judô distribui quatro medalhas por categoria, sendo condecorados dois "terceiros lugares". Além do japonês Hifumi Abe (medalhista de ouro), o georgiano Vazha Margvelashvili (medalhista de prata), e o brasileiro Daniel Carnin (medalhista de bronze), o sul-coreano Baul An também recebeu o bronze.


Uma fato curioso e inusitado é que a irmã de Hifumi Abe, a japonesa Uta Abe, também levou o ouro na categoria peso-meio-leve feminino. Com certeza a família Abe está em festa e êxtase até o momento.


Rayssa Leal - Skate (Prata).



Rayssa Leal, a fadinha do Skate, conquistou a medalha de prata em Tóquio competindo pela modalidade Skate Street feminino. Com apenas 13 anos e 203 dias, a brasileira se tornou a atleta mais nova a subir ao pódio olímpico nos últimos 85 anos.


Os registros de resultados olímpicos mais antigos são bastante precários e não muito confiáveis. Porém existem registros de conquistas de jovens como Dimitrios Loundras, de 10 anos e 218 dias que foi bronze na ginástica por equipes na primeira edição do evento em 1896, e Luigina Giavotti, de 11 anos e 301 dias que foi prata por equipes em 1928. Vale lembrar que nessa época os Jogos não possuíam as dimensões que possuem hoje em relação à quantidade de modalidades e à quantidade de atletas participantes.


Natural de Imperatriz no Maranhão, Rayssa Leal ganhou a sua medalha de prata na madrugada de domingo para segunda. A jovem fez uma ótima primeira metade de competição e terminou suas duas voltas no circuito na segunda posição. Tudo ficou mais disputado na segunda metade da competição, o momento das manobras individuais.


A holandesa Roos Zwetsloot terminou a primeira metade na liderança da disputa. Zwetsloot começou muito bem a segunda metade abrindo com uma manobra que lhe rendeu uma nota 4,12, que aumentou ainda mais a sua vantagem na ponta, porém viu seu desempenho cair drasticamente após errar em 3 manobras consecutivas.


Com isso, abriu-se uma janela para duas japonesas se aproximarem do pódio. E elas aproveitaram essa oportunidade. Aproveitaram até demais... Na quarta manobra individual, a penúltima, Momiji Nishiya emplacou um 4,66 e garantiu uma soma de 14,74, o que lhe rendia a primeira posição. Com erros da holandesa Roos Zwetsloot, da estadunidense Alexis Sablone e da japonesa Funa Nakayama (que ocupava a terceira posição) nas últimas manobras, o pódio estava garantido para a brasileira Rayssa Leal. Só restava saber qual seria a sua posição final.


Infelizmente, em sua última manobra, a fadinha caiu na saída do slide e não completou a manobra. Porém, sua situação na final estava boa por conta de uma boa primeira metade e, principalmente, um ótimo frontside crooked no terceiro truque individual que lhe valeu 4,21 pontos. Assim, foi confirmado que a atleta do Brasil ficaria com o segundo lugar e a medalha de prata.


As verdadeiras frustrações do dia ficaram por conta de Aori Nishimura, que é bicampeã mundial e terminou na última posição da final (8°), e pela holandesa Roos Zwetsloot que liderou a bateria final na maior parte do tempo, mas que com erros consecutivos terminou apenas na quinta posição.


Algo que impressiona no pódio dessa modalidade é a idade das atletas que ganharam medalhas. Como já dito, Rayssa Leal tem apenas 13 anos e 203 dias. As outras duas medalhistas também são muito jovens. A primeira colocada da competição, a japonesa Momiji Nishiya, tem 13 anos e 330 dias. E a terceira colocada, a também japonesa Funa Nakayama, tem 16 anos.


Pode-se dizer que a idade das três primeiras colocadas na competição reflete o fato de o Skate feminino mundial ainda estar se desenvolvendo. A cena feminina está se profissionalizando rapidamente, mas, ainda não está no ideal. O Skate não é tão difundido entre as mulheres quanto é entre os homens, e essa difusão começou há poucos anos. Talvez isso justifique o fato das melhores skatistas do mundo serem tão jovens.


Rayssa surgiu para a mídia nacional em 2015 quando ela ainda tinha 7 anos. Um vídeo da atleta andando de Skate viralizou nas redes. O motivo principal do vídeo ter alcançado tal repercussão é que nele Rayssa realiza uma manobra difícil conhecida com "heelflip" utilizando uma fantasia de fada. Por isso que até hoje ela é conhecida como "fadinha". O sucesso na realização de uma manobra complexa por uma criança de 7 anos vestindo uma fantasia de fada impressiona aqueles que assistem ao vídeo.


Após isso, a menina alcançou sucesso nacional. Inclusive, a Rede Globo, durante o programa Esporte Espetacular, proporcionou o encontro entre Rayssa Leal e Letícia Bufoni (a mesma da polêmica citada anteriormente com o Kelvin Hoefler). Rayssa é muita fã de Bufoni.


Inclusive é importante lembrar que Rayssa Leal superou o seu ídolo nas Olímpiadas. Letícia Bufoni também estava competindo na modalidade Skate Street feminino porém não conseguiu chegar às finais (TOP 8).


Na estreia do Skate nos jogos Olímpicos, o Brasil conquistou duas medalhas, duas de prata. O que é um feito bom, porém é inevitável não considerar o desempenho brasileiro, de certa forma, abaixo do esperado. Havia muita expectativa de que o Skate Street iria nos proporcionar pelo menos uma medalha de ouro. Inclusive, no feminino, os mais otimistas acreditavam que o pódio poderia ser totalmente brasileiro com a presença de, além de Rayssa Leal, Letícia Bufoni e Pâmela Rosa. Porém, Bufoni teve um resultado bem abaixo do projetado e Pâmela Rosa competiu com o seu tornozelo lesionado, o que reduziu bastante o seu nível técnico e a impossibilitou de lutar por medalhas.


Ainda temos representantes brasileiros no Skate que competirão a partir do dia 3 de agosto pelas modalidades Skate Park masculino e Skate Park feminino. O Brasil será representado pelos atletas Dora Varella, Isadora Pacheco, Yndiara Asp, Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas. As expectativas em relação a medalhas nessa modalidade são bem mais modestas.



Ítalo Ferreira - Surf (Ouro).



Ítalo Ferreira, surfista brasileiro nascido no Rio Grande do Norte, mais especificamente em Baía Formosa, foi medalhista de ouro na modalidade Surfe masculino. O feito foi realizado na madrugada de segunda para terça. Ítalo Ferreira ganhou a final com folga em cima do japonês Kanoa Igarashi. O resultado final apontava 15,14 pontos para o brasileiro e apenas 6,60 para o japonês.


O surfista chegou à disputa como o cabeça de chave principal da competição, uma vez que para ranquear os competidores de Surfe, as Olimpíadas levaram em consideração a temporada de 2019, a última não afeta pela pandemia de COVID-19. Temporada na qual Ítalo foi campeão do Circuito Mundial Masculino de Surf. Em relação ao ranking mundial de atletas masculinos de Surf, o brasileiro chegou a Tóquio na segunda posição, apenas atrás do seu compatriota Gabriel Medina, que amargou um quarto lugar lá no Japão, e a frente de Felipe Toledo, que não foi à competição.


A disputa das finais do Surfe, tanto masculino quanto feminino, foram adiantas em um dia por conta da ameaça da chegada de um tufão à Tóquio. Por isso, em um único dia foram disputadas as quartas de final, as semifinais, a disputa de terceiro lugar e a final.


Ao começo desse último dia de evento, chegaram ainda brigando por medalhas dois brasileiros, Ítalo Ferreira e Gabriel Medina. Nas quartas de final, Ítalo ganhou do japonês Hiroto Ohhara, por 16,30 x 11,90. Nas semifinais, enfrentou e superou o australiano Owen Wright, mas dessa vez por um placar bem mais apertado, 13,17 x 12,47. Pode-se dizer que foi o confronto mais emocionante na trajetória de Ítalo. E, como já dito, na grande final o surfista potiguar ganhou com facilidade de Kanoa Igarashi por 15,14 x 6,60.


O confronto foi tranquilo para Ítalo, porém a final teve uma pitada de emoção quando, logo na primeira onda pega por Ítalo, sua prancha quebrou. O surfista brasileiro teve que trocar o equipamento e perdeu alguns minutos para voltar até a areia, pegar a nova prancha e se reposicionar na água (lembrando que bateria da final tinha a duração de 35 minutos).


Entretanto, passado o susto inicial, Ítalo não deixou o acontecido o afetar e encaixou boas sequências de manobras que o sagraram campeão olímpico de Surfe.


Contudo, não só de felicidades viveu o público brasileiro no Surfe. A reta final da competição foi um mix de sentimentos para nós brasileiros. Foi sentida uma felicidade extrema com a conquista de Ítalo Ferreira, mas também foi sentido um gosto amargo ao ver, de forma polêmica, Gabriel Medina ser superado pelo japonês Kanoa Igarashi.


A polêmica ronda entorno de uma nota recebida por Medina após executar um aéreo, manobra do surfe. O brasileiro executou um aéreo muito semelhante à outro executado pelo japonês. A diferença foi que o japonês recebeu uma nota 9,33 por sua manobra e Medina recebeu um 8,44. 0,89 pontos a menos. Sendo que Kanoa Igarashi venceu Gabriel Medina por 17,00 x 16,76, ou seja, uma diferença de 0,24 pontos. Uma nota mais similar teria consagrado Medina vencedor, e teríamos uma final no Surfe totalmente brasileira, garantindo ouro e prata para o Brasil na modalidade.


Alguns apontam que o aéreo de Medina foi até tecnicamente melhor do que o de Igarashi, uma vez que, diferentemente do japonês, Medina não segurou na borda da prancha, assim, a sua manobra seria de mais difícil execução (e a dificuldade de execução do movimento é um critério de bonificação na nota).


De uma forma ou outra, com a conquista de Ítalo Ferreira, o Brasil se consagrou o primeiro país a ser campeão olímpico de Surfe Masculino na história.


Fernando Scheffer - Natação (Bronze).



Por último, a quinta e mais recente medalha é de Fernando Scheffer. O narrador brasileiro natural de Canoas, no Rio Grande do Sul, conquistou o bronze nos 200m livre masculino na terça-feira, 27.


Ele nadou na raia 8, e sua vitória foi uma surpresa. Não se esperava essa conquista pelo brasileiro. Fernando Scheffer chegou à final com o pior tempo entre os oito finalistas. Mas foi inteligente ao controlar o ritmo de suas braçadas e ao dar um gás final nos últimos 50 metros. Fernando foi acompanhado de perto durante toda a prova pelo coreano Sunwoo Hwang, mas quem disputou a terceira colocação com o brasileiro nos momentos finais foi o jovem promissor de 16 anos da Romênia David Popovic.


Além do brasileiro na terceira colocação, o pódio foi composto por dois britânicos: Duncan Scott conseguiu a prata e Tom Dean conseguiu o ouro. A diferença entre os três primeiros colocados foi pouca. A diferença entre Dean na primeira colocação e Scheffer na terceira foi de apenas 44 centésimos. Scheffer ficou a 40 centésimos atrás de Scott, o segundo lugar, que, por sua vez, ficou apenas 4 centésimos atrás do vencedor.


Fernando Scheffer também participou das finais do revezamento 4x200m livre, porém, juntamente dos atletas Murilo Sartori, Breno Correia e Luiz Altemir que compunham o quarteto brasileiro, ficou na oitava e última colocação da final.


A medalha de bronze de Fernando Scheffer é a 14° medalha brasileira na modalidade natação. O Brasil não ia ao pódio na categoria 200m livre masculino desde as Olimpíadas de Atlanta em 1996, quando o brasileiro Gustavo Borges fez história ao conseguir a medalha de prata.

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