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Sthefany Paiva e Tomás Pereira

A falta de patrocínios e investimentos nos atletas brasileiros em pauta nas Olimpíadas de Tóquio.

Após a eliminação da seleção brasileira de futebol feminino nos jogos olímpicos, a falta de apoio em capital e patrocínios entra em discussão.


Com a exclusão do Ministério do Esporte no governo Bolsonaro, o interesse pelo desenvolvimento na área caiu drasticamente. Dados que são notáveis na proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) 2020 apresentada ao Congresso, onde o presidente Jair Messias Bolsonaro propôs um investimento de 220 milhões de reais no esporte, o que representa quase a metade dos 431 milhões de reais propostos no governo anterior, por Michel Temer (MDB) na LOA 2019. E se comparado com o ciclo olímpico passado, a redução do investimento é ainda maior. Excluindo as despesas relacionadas ao legado olímpico, mesmo sem considerar o reajuste cambial, o investimento foi reduzido em 74% em relação a 2016.


O quadro de medalhas de todas as olimpíadas anteriores, com exceção de Tóquio, mostra soberania dos EUA, com 2523 medalhas acumuladas. Em segundo lugar vem a antiga URSS (1010), seguida de Grã-Bretanha(853), França(721) e China(546). O Brasil ocupa o 29° lugar no quadro (129). Esses números podem assustar os torcedores brasileiros, mas mostram como o país tem potencial esportivo em diversas modalidades. Mesmo com o investimento nas diferentes categorias diminuindo a cada ano.



Esquiva Falcão estava entregando pizzas durante a pandemia — Foto: Reprodução/Instagram. Medalhista de prata em 2012 no Boxe e estava sem patrocínio.


“Já vinha pensando nisso há muito tempo, porque o medalhista olímpico só é reconhecido um ano antes, durante e um ano depois dos Jogos Olímpicos. Após isso, ele é esquecido. E a medalha é para a vida toda, mas nós, atletas olímpicos, não temos o reconhecimento da altura da medalha olímpica”, argumentou após colocar sua medalha à venda para ajudar a se manter em entrevista ao https://www.olimpiadatododia.com.br.


Os holofotes dos jogos olímpicos do Rio em 2016, fizeram com que os governantes dessem mais atenção e investissem no esporte nacional, assim como os torcedores brasileiros passaram a valorizar e assistir, nem que fosse só neste ano outras modalidades além do Futebol. Após o foco relâmpago em outros esportes na Olimpíada sediada no país, o Brasil volta à dura realidade de pouquíssimo incentivo econômico aos atletas.


No atual ciclo Olímpico, um levantamento exposto pelo Globo Esporte mostra que dos 309 atletas presentes na delegação brasileira nas Olimpíadas de 2020, 231 dependem do Bolsa Atleta, projeto que existe desde 2004 mas não teve edital lançado no ano passado, para mais adesão. E ainda, do total, 131 não contam com patrocínios e 41 precisaram fazer vaquinha para estar no Japão. Por último, 24 atletas brasileiros competem com menos de R$1.000,00 de auxílio e 33 não conseguem viver só do esporte e têm outras profissões - motorista de aplicativo foi a mais citada pelos atletas.


Empecilhos estes que o atleta quando vence, é mais por ele do que por conta do incentivo de seu país. Exemplo disso é de atletas como Laura Pigossi e Luisa Stefani, detentoras do marco de serem as primeiras tenistas brasileiras a conquistar uma medalha olímpica para a modalidade do tênis de quadra. Ambas precisaram sair de seu país para mais possibilidades, residindo na Espanha e EUA respectivamente. Outro passível de citação é Bruno Fratus, medalhista de bronze nos 50m livre na natação, que também reside nos EUA.



Laura Pigosi e Luisa Stefani posam com a inédita medalha para o Brasil — Foto: Reuters



E para atletas que vivem no Brasil, o obstáculo é grande. Vitória Rosa do atletismo, ao ser eliminada na prova de 200m rasos da modalidade, deu uma entrevista onde desabafou sobre os desafios enfrentados para estar ali e defender seu país. “Foi um ano muito difícil. Embora a gente esteja em uma pandemia, também estou sem patrocinador e o salário do clube foi reduzido", afirma a atleta.


O Brasil apresenta um grande população, assim como os países dominantes, (EUA e China) mas a diferença que os separa é o grande incentivo financeiro e apoio dado aos atletas. Programas de bolsa universitária, acompanhamento psicológico e médico. A principal característica dos EUA no esporte, parte da valorização e apoio desde as categorias de base, quando os atletas ainda estão sendo formados.


Cada medalha conquistada pelo Brasil, cada participação e cada “quase pódio” representam um esforço gigantesco. Mostra que a valorização e orgulho do atleta deve ser maior e a cobrança sobre eles menor. Os números mostram que o país faz milagre com o investimento que tem, que a verdadeira cobrança deve estar no aumento do incentivo aos atletas e diversidade esportiva.


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